Plano de remodelação do Povoado de São Romão: O decreto de 1938, faz jus ao esforço de Fernando Pedroza

           Após a chegada de Fabrício Gomes Pedroza nas terras da Fazenda São Joaquim por volta de 1889, digamos que foi o prelúdio para o desenvolvimento e crescimento do povoado que passou primeiramente a se chamar de São Romão, nas cercanias dos Angicos.

       Sob o prisma do caráter visionário de Fernando Pedroza,(filho de Fabrício) no que concerne a sua coragem, suas metas, planos e aos seus desafios alcançados, logo após o seu falecimento em sua honrosa homenagem,  através do decreto nº 603, de 31 de Outubro de 1938, o então povoado passou oficialmente a ser chamado  Distrito de Fernando Pedroza, fazendo jus a tudo que o mesmo se propôs a fazer e de fato fez, em plena Região Central do RN. 

        Aqui destacamos algumas contribuições de Fabrício e retomado por Fernando, por exemplo: incentivo a pecuária, experimentos no cultivo do algodão, parceria com a multinacional na Fazenda São Miguel, instalação de fábrica algodoeira local, doações terras para construções e o eventual crescimento da população, articulação na passagem da linha férrea no povoado, dentre tantas outras.

           Tudo isso se deu graças aos gestos em que ambos conduziam os seus planos, basta nos ater a este documento do acervo histórico da família Pedroza: UM PLANO DE REMODELAÇÃO DO POVOADO DE SÃO ROMÃO, ou simplesmente uma planta que deveria estruturar ruas, avenidas, fábrica e locais públicos. E assim se deu, foram planos traçados no papel e ação em prática.

Plano de remodelação do Povoado de São Romão - acervo da família - cedido para publicação

       Este documento foi escrito e devidamente projetado em data de 28 de Novembro de 1930, descrito por A. Segundo, acreditamos que seja o engenheiro responsável pela elaboração do plano, sob as orientações de Fernando Gomes Pedroza.

         Em 1930, muitos empreendimentos já estavam em vigor e outros estavam  por se concretizar de acordo com o que se percebe no contexto deste documento. 

     A partir dos fragmentos abaixo, podemos observar com mais detalhes os empreendimentos e construções que fizeram parte do planejamento estrutural do povoado.

        Conforme o que se analisa acima, observe que o espaço da Fábrica São Joaquim (Usina São Joaquim) já era realidade no povoado em 1929, construída para o beneficiamento do algodão mocó, campo de experiência na Fazenda São Joaquim. 

        Subtende-se que a verdeira intenção, porém, não era uma simples usina, e sim uma fábrica que pudesse oferecer uma grande produção e trabalho para os que residiam no pequeno povoado, embora o tempo e as dificuldades não deixaram perdurar para os dias atuais.

Usina São Joaquim - Foto cedida

Foto das ruínas da Usina São Joaquim tirada em data de 03 de Março de 2006, hoje já demolida.

Segue mais um recorte do plano abaixo:

fragmento do plano - foto cedida pelo acervo da família Pedroza

           Já neste outro recorte acima, vemos o eixo da estrada, que ligava o povoada entre Lajes à cidade de Angicos, e a já esperada a passagem da malha ferroviária inaugurada em 1932, com a construção da Estação. Além disso, nota-se o desenho da capela de São Romão. Um detalhe, veja à Rua São Romão, que seria na Rua Velha, a primeira do povoado, hoje Expedito Alves.

Primeira Capela do Povoado

           No contexto geral, vemos que entre as verticais e horizontais da planta, as projeções das ruas, seguem um estilo muito "parecido" com a denominação das ruas de Natal, principalmente parte do bairro de Petrópolis, seguindo nomes de cidades do RN e de alguns ex presidentes do Brasil, e ao mesmo tempo homenageando santidades. 

      Observemos também que a avenida principal foi descrita como Avenida Fernando Pedroza, atualmente chamada da Rua Vereador João Salviano. De modo geral, o que se manteve em relação aos nomes das ruas conforme o plano para os dias atuais, foi a rua Fabrício Pedroza. 

          Embora ao longo do tempo não foram mantidos de fato tudo que foi esboçado no plano de remodelação do povoado, mas deixemos aqui claro, que a intenção de desenvolvimento por parte de Fabrício (Pai) e Fernando (Filho) foram incansáveis. Há 91 anos atrás, sonhos, planos e ações, já faziam parte das metas daqueles que de fato projetaram os primeiros rumos do nosso querido torrão: Fernando Pedroza.

      Ainda há muito o que se detalhar neste plano, mas iniciamos algumas reflexões para compreendermos os elementos fundamentais na construção e fundação da cidade que ostenta o nome de Pedroza.

Agradecemos à Dona Sônia Pedroza pelo documento cedido para nossa publicação.

Esperamos que a cada dia possamos trazer novidades sobre a História de Fernando Pedroza, lembremos que você pode contribuir. Sugestione, opine e nos traga ideias e conteúdos com documentos.

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