Nas primeiras décadas do século XX na chamada Terceira fase da Revolução Industrial, o povoado de São Romão como era chamado a atual cidade de Fernando Pedroza, experimentava profundas transformações vividas pelos ingleses, ainda em meados do século XVIII, que foi o uso das máquinas e consequentemente do algodão para a fiação de tecido.
Seguindo os passos do seu avô Fabrício Gomes Pedroza em Coité - Macaíba, quando fundou o casarão dos Guarapes (1860-1870) às margens do Rio Potengi, com intuito de exportar algodão, Fabrício Gomes Pedroza (patrono da cidade), educou-se em Liverpool na Inglaterra, lá estudou o mercado de algodão.
Ao voltar da Inglaterra para o Brasil, mais especificamente para o Estado do Rio de Janeiro, não se acomodou para colocar em prática as suas experiências adquiridas na Europa, conta-se que em 1915, ele já se encontrava em Baixa Verde (João Câmara-RN), dirigindo um campo experimental de algodão, fixado nessa cidade Fernando conheceu João Câmara, companheiro ideal para a empreitada do algodão.
Em 1925 a Cia brasileira de Linhas Para Cozer (atual Linhas Correntes) adquire por influencia de Fernando Gomes Pedroza, a Fazenda São Miguel, esta com a atuação do primeiro administrador Edward J. Roque à frente dos negócios.
Posteriormente, anos mais tarde São Miguel transformou-se em Sociedade anônima, com a presença constante de empresários e administradores ingleses da Machine Cotton, a partir de então, Fernando se afastou para um outro empreendimento, dessa vez no povoado de São Romão, e construiu a usina de São Joaquim em 1929, nesse tempo, já havia um pequeno conglomerado de pequenas casas com a capela e o movimento comercial na feira da Rua Velha.
A então usina sob a gerência de Genésio Cabral de Macedo, influenciou profundamente no desenvolvimento do povoado, comprando e beneficiando o algodão, bem como, fabricando óleo, torta, pasta e outros derivados, empregando pessoas e proporcionando o crescimento através da construção de moradias.
Para realização de um trabalho de pesquisa, tive o privilégio de entrevistar o Senhor Antônio Sena (in memoriam), ex funcionário da antiga Usina São Joaquim nos anos 50, que nos relatou: "que a usina funcionava 24 horas com turmas divididas e que havia hora extras, faturando em média cem mires (réis) mensalmente". Ainda lembrou que " a maioria dos trabalhadores residiam na própria vila, entre eles estavam: Dalino, Birôio e muitos outros que eram braços fortes para o carregamento da borra do caroço de algodão, farelo de algodão e a pasta para os vagões que ficavam no povoado, enquanto o trem fazia o resto do percurso em direção a comunidade de Oscar e Nelson (comunidade de São Rafael) e Angicos".
O saudoso Antônio ressaltou ainda que "a administração era composta pelo Sr. Sota (Souto) responsável pelo pagamento dos funcionários, José Guedo era o anotador dos produtos que entravam e saíam, e o gerente Severino Sérvulo um homem popular, respeitador e estava sempre com o pagamento em dia".
Sabe-se também de outro gerente conhecido pelo nome de Antônio Calmon Costa, um baluarte na administração e no crescimento do povoado. A partir de 1948 a usina já como proprietário o deputado José Arnold adquirida através de João Câmara que por sua vez obteve de Fernando Pedroza, passou a entrar em decadência.
No núcleo da usina havia também um motor (dínamo) da marca Blackstone de fabricação inglesa que fornecia a energia para o povoado. Segundo o saudoso João Braga, telegrafista da Estação ferroviária nos anos 50, ao qual tive a oportunidade de resgatar algumas informações sobre esse período, lembrou que "a Usina São Joaquim fornecia energia para o povoado das 17:30h às 22:00 horas até os finais da década de 50.
Seguindo os passos do seu avô Fabrício Gomes Pedroza em Coité - Macaíba, quando fundou o casarão dos Guarapes (1860-1870) às margens do Rio Potengi, com intuito de exportar algodão, Fabrício Gomes Pedroza (patrono da cidade), educou-se em Liverpool na Inglaterra, lá estudou o mercado de algodão.
Ao voltar da Inglaterra para o Brasil, mais especificamente para o Estado do Rio de Janeiro, não se acomodou para colocar em prática as suas experiências adquiridas na Europa, conta-se que em 1915, ele já se encontrava em Baixa Verde (João Câmara-RN), dirigindo um campo experimental de algodão, fixado nessa cidade Fernando conheceu João Câmara, companheiro ideal para a empreitada do algodão.
![]() |
Antigo escritório da Fazenda São Miguel |
![]() |
Edward J. Roque Primeiro administrador da Fazenda São Miguel |
![]() |
Usina São Joaquim |
![]() |
O saudoso Seu Antônio Sena - Ex funcionário da Usina São Joaquim e foi um antigo morador |
O saudoso Antônio ressaltou ainda que "a administração era composta pelo Sr. Sota (Souto) responsável pelo pagamento dos funcionários, José Guedo era o anotador dos produtos que entravam e saíam, e o gerente Severino Sérvulo um homem popular, respeitador e estava sempre com o pagamento em dia".
Sabe-se também de outro gerente conhecido pelo nome de Antônio Calmon Costa, um baluarte na administração e no crescimento do povoado. A partir de 1948 a usina já como proprietário o deputado José Arnold adquirida através de João Câmara que por sua vez obteve de Fernando Pedroza, passou a entrar em decadência.
![]() |
Motor que fornecia energia para o povoado de São Romão (hoje encontra-se ao lado da Estação) |
Grande homem o saudoso senhor Antônio Sena, também tive a honra e o privilégio de conhecê-lo. Chego a ficar emocionado ao encontrar um relato do meu avô, saudades das histórias que me contava... contribuiu com a história de nossa terra.
ResponderExcluir