sexta-feira, 18 de maio de 2018

A estrada carroçável, a feira e um povoado em ascensão


Primeira rua do povoado - a Rua Velha
local onde ocorreu a Feira
     Por volta de 1920, ainda em meio as dificuldades na Região Central do Rio Grande do Norte, mais especificamente no então Povoado de São Romão, surgiu a necessidade da construção de uma estrada carroçável ou de rodagem, ligando as poucas casas existentes e caracterizadas ainda como Fazenda São Romão extremando com São Joaquim em direção a Santana do Matos e a Oeste ligando a cidade de Angicos. Com esse feito, a via tornou-se o principal ponto de viabilidade para o escoamento e recebimento de produtos, com isso, podemos dizer que a estrada marca o prelúdio do desenvolvimento do povoado.
    Em meio as fazendas mencionadas anteriormente, num sertão pedregoso, árido e próximo ao Rio Pataxó que serpenteia em busca de Angicos, o desbravamento do povoado tomava rumo com um pequeno aglomerado de casas na Rua Velha, como era chamada a atual Rua Expedito Alves.

Uma das casas mais antigas da
Rua Velha - Família Venâcio
      Com o aparecimento de algumas casas, evidentemente o comércio discretamente passou a circular com a estrada e ligado a interesses comerciais, surge nas redondezas um caixeiro viajante por nome de Antônio Teixeira de Rocha, que chegou para instalar um barracão e fornecer mantimentos aos trabalhadores da estrada que a cada dia ganhava longas dimensões ligando a outras cidades adjacentes. Como o povoado ficava numa localização geográfica favorável entre várias outras cidades, não demorou para que a feira se tornasse uma realidade.
casas na Rua Velha - arquitetura frontal
ainda mantendo a sua originalidade
     No dia 14 de Agosto de 1920, realizava-se a primeira feira, embaixo de uma latada construída com forquilhas e cobertas com galhos de oiticica, construída em 06 (seis) dias, e a partir dessa construção, o comércio foi crescendo e atraindo mais comerciantes como: Francisco Francelino, José Cassemiro, estes por sua vez, incumbiram-se de construir algumas outras casas, dando elasticidade ao crescimento do comércio.  Sabe-se também da estadia de Manoel Gondim que atuava no comércio varejista, lembramos que sobre estes personagens da nossa história, citamos a
qui, apenas através de fontes orais e fragmentos de pequenos textos produzidos por populares.
Antiga feira na Velha - foto retirada da
feira da Cultura de 2011
      De início o movimento da feira era pouco, mas em Março de 1922, mesmo suspensos os trabalhos da estrada, a feira começou a crescer caracterizando-se como base habitual dos moradores vizinhos, como apontado pelo saudoso memorista e escritor Aluízio Alves no seu livro Angicos. "Em 1922 a pequena latada já não comportava os feireiros. Aproveitando a derrubada da mata, feita por Miguel Rufino Pinheiro, até a Fazenda São Joaquim, foi fácil o levantamento de uma outra latada com oitenta palmos de comprimentos e trinta de largura".

Casa na Rua Velha com detalhes da arquitetura
original

    E a cada dia a feira crescia em luta conjunta de muitos agricultores ligados a criação de gado, a pecuária e a cotonicultura, alargando-se economicamente com o advento da estrada de ferro, sonho dos que viviam no pequeno lugarejo.

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