Se o "Dia do Fico" significou uma frase célebre para a história do Brasil, resultando na "Independência" do Brasil diante Portugal, esse mesmo dito há muito tempo que se tornou uma inquietação, no sentido de compreender ações e atitudes de alguns cidadãos pedrozenses, ordeiramente organizado, unidos e comprometidos com uma única e exclusiva causa que foi o de ressuscitar a ideia de emancipar politicamente o distrito de Fernando Pedroza da cidade de Angicos.

O "FICO" que ressaltamos lá no início desse documento, é uma alusão a um dos fatos que considero marcante na história do nosso município, embora pouco reluzente na memória local, que foi a Primeira reunião que aconteceu entre os meses de Abril e Junho do ano de 1986, que deveria ser lavrada uma ata e incorporada no processo de Emancipação. O principal objetivo era comunicar a comunidade que a partir daquele momento estava deflagrada a segunda tentativa de Emancipação.
O grande desafio era convencer a permanência das aproximadamente 20 ou 30 pessoas que aguardavam o pronunciamento do que seria a pauta geral dessa reunião, que aconteceu no antigo Mini Posto (atual Sindicato dos Trabalhadores rurais). Enfim, quando o Senhor Francisco Anilton de Souza anunciou que seria deflagrada uma nova tentativa de emancipação e deveria se formar uma comissão para emancipar o município, infelizmente desacreditado, a maioria dos que se encontravam no estabelecimento foram embora. Conforme relatos, só apenas 05 (cinco) "FICARAM" e continuaram a luta.
Portanto, como estamos completando 26 anos de Emancipação Política da cidade de Fernando Pedroza, se faz jus homenagear e mostrar esses importantes personagens para a história local que foram: O Sr. Francisco Anilton de Souza, o Sr. Sargento Paulino, Dona Milce Trindade, Dona Maria Velha e o Sr. Magnos Alves.
Durante alguns dias pesquisamos um pouco sobre essa luta revelada pelos próprios personagens, e os que já partiram para a eternidade, buscamos os familiares que muito contribuíram para reavivar conosco esse momento histórico da cidade de Fernando Pedroza.
Francisco Anilton de Souza, Filho de Manoel Anildo de Souza e Maria Olélia Carvalho de Souza, natural de Fernando Pedroza, nascido na casa que hoje é a prefeitura de Fernando Pedroza.
Acompanhe abaixo algumas declarações do professor Anilton Souza, sobre a luta inicial para emancipar o então Distrito de Fernando Pedroza.
Perguntas do blog História e Histórias:
Na segunda tentativa de Emancipação política de Fernando Pedroza, a partir de 1986, houve uma reunião no Antigo Mini posto. Nessa ocasião, muita gente se levantou e foi embora. Ficaram apenas o Senhor, Magnos Alves, Sargento Paulino, Milce Trindade e Maria Velha. Alguém mais ficou na reunião ? Se sim, quem? Em que data ocorreu essa reunião? Dia, mês e ano. O que ficou definido? Há documentos que comprovem essa reunião? Quais? O que o Senhor lembra de positivo e de negativo durante essa reunião?
Anilton Souza respondeu:
Portanto, como estamos completando 26 anos de Emancipação Política da cidade de Fernando Pedroza, se faz jus homenagear e mostrar esses importantes personagens para a história local que foram: O Sr. Francisco Anilton de Souza, o Sr. Sargento Paulino, Dona Milce Trindade, Dona Maria Velha e o Sr. Magnos Alves.
Durante alguns dias pesquisamos um pouco sobre essa luta revelada pelos próprios personagens, e os que já partiram para a eternidade, buscamos os familiares que muito contribuíram para reavivar conosco esse momento histórico da cidade de Fernando Pedroza.
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Foto cedida: Anilton Souza |
Francisco Anilton de Souza, Filho de Manoel Anildo de Souza e Maria Olélia Carvalho de Souza, natural de Fernando Pedroza, nascido na casa que hoje é a prefeitura de Fernando Pedroza.
Acompanhe abaixo algumas declarações do professor Anilton Souza, sobre a luta inicial para emancipar o então Distrito de Fernando Pedroza.
Na segunda tentativa de Emancipação política de Fernando Pedroza, a partir de 1986, houve uma reunião no Antigo Mini posto. Nessa ocasião, muita gente se levantou e foi embora. Ficaram apenas o Senhor, Magnos Alves, Sargento Paulino, Milce Trindade e Maria Velha. Alguém mais ficou na reunião ? Se sim, quem? Em que data ocorreu essa reunião? Dia, mês e ano. O que ficou definido? Há documentos que comprovem essa reunião? Quais? O que o Senhor lembra de positivo e de negativo durante essa reunião?
Anilton Souza respondeu:
A primeira
reunião aconteceu entre o mês de Abril e Junho de 1986. Foi lavrada uma ata que
foi incorporada ao processo de emancipação. Não sei precisar a data exata. O
objetivo desta reunião era para comunicar a comunidade pedrozense, que a partir
daquela data, estava oficialmente deflagrada
a 2ª tentativa de emancipação, como também iríamos formar uma comissão de
emancipação política, para criação do município de Fernando Pedroza. Estavam presentes aproximadamente vinte
pessoas. Quando me dirigi aos presentes e comuniquei a pauta da reunião, a
maioria se levantou e saíram falando que era inútil, perda de tempo, pois
Fernando Pedroza nunca passaria a cidade, pois os Angicanos não aceitavam.
Ficaram apenas na reunião, eu, Magnos Alves, Milce Trindade, Sargento Paulino e
Maria Velha. Se ficou mais alguém, não lembro.
De positivo
podemos alegar que tivemos a coragem de realizar a primeira reunião, com uma
comunidade desacreditada. Esta reunião apesar de um número reduzido de pessoas
alavancou as demais. Nos deu forças. A segunda reunião aconteceu na Escola
Estadual Francisca Alves da Silva. Na oportunidade com a presença do propositor
do projeto, Deputado e Presidente da Assembleia, Carlos Augusto Rosado. Faltou
chão nas dependências da referida escola.
De negativo
foi apenas o descrédito da comunidade com relação ao pleito e o desengano de
alguns mais pessimistas. Mas tudo isso nos deu forças para continuar a luta
emancipatória.
Blog História e Histórias:
Aponte
os principais desafios enfrentados no transcorrer da luta emancipatória do
Município de Fernando Pedroza.
Anilton Souza respondeu:
Os desafios
enfrentados foram muitos e complicados. Não tínhamos a classe política
pedrozense ao nosso lado. Não tínhamos cobertura financeira para as despesa
diversas, viagens, etc, etc. Os
deslocamentos de Fernando Pedroza a Natal, eram feitos no meu automóvel, com
recursos próprios. Na elaboração do projeto, contamos com uma significativa
ajuda do presidente de honra da Comissão, Fernando Gomes Pedroza. O mesmo
disponibilizou o seu escritório em Natal, para as reuniões e trabalhos da
comissão.
Membros da
Comissão:
Presidente:
Anilton Souza;
Membros: Magnos
Alves, Milce Trindade, Sargento Paulino;
Assessor
Jurídico: Bel. Francisco Maria de Souza;
Presidente de
Honra: Fernando Gomes Pedroza.
Blog História e Histórias:
O que lhe encorajou na luta pela Emancipação Política da cidade de Fernando Pedroza?
Anilton Souza respondeu:
Eu era
criança, residente em Fernando Pedroza, e ouvia o meu pai sempre dizer, que o
Distrito de Fernando Pedroza era muito injustiçado por não ser emancipado. Era
um distrito em pleno desenvolvimento econômico. Na primeira tentativa de
emancipação, nos anos 53 e 54, o Distrito já possuía os requesitos para se
tornar município: cartório judiciário, agência dos correios, escola de 1º
grau (curso primário) arrecadação de impostos e núcleo urbano constituído. O
projeto não chegou a tramitar na Assembleia, por diversas razões. Eu cresci
ouvindo essas conversas de meu pai e lideranças locais. E certa vez, escutei meu
pai dizer: eu só penso é morrer e não ver Fernando Pedroza cidade. Meu pai
faleceu em 1974 sem ter visto o seu intento. Em 1961, minha família foi residir
em Angicos. De lá sai, fui para Natal estudar e sempre no pensamento de um dia
voltar para retribuir o que o lugar nos deu, como também por em prática um
projeto de emancipação política. O que mais me encorajou, foi o ideal do meu
pai, a injustiça cometida ao nosso lugar no passado, a eleição fraudulenta
de 1958(Severino Sérvulo contra Pedro
Moura) e principalmente resgatar a memória e a vontade de meu pai e do meu tio
Severino Sérvulo. Confesso que nunca pensei em me beneficiar politicamente,
após a criação do município. O meu desejo maior era ver o lugar onde nasci,
emancipado político e administrativamente, ver também o seu desenvolvimento em
todos os aspectos e o seu povo vivendo com dignidade.
No entanto, ao longo das respostas dadas pelo professor Anilton Souza, percebe-se a insistência e dedicação e muita lisura deste pedrozense que depois de aproximadamente 64 anos reacendeu a ideia de emancipação. Mobilizou a comunidade, mesmo muito desacreditado, com poucas pessoas que estiveram inicialmente ao seu lado, durante seis anos (1986-1992) de trâmites, acordos, justificativas, encontros e desencontros, aos poucos, ganharam adeptos da maioria dos cidadãos que passaram a compartilhar e acreditar que o desfecho final com eficacia, era só uma questão de tempo e luta conjunta.
Maria de Lourdes da Silva (Dona Maria Velha) "In Memóriam"
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Dona Maria Velha Foto cedida por Fátima |
Assim cita a sua filha, Dona Fátima:
Maria de Lourdes da Silva, mais conhecida carinhosamente por Dona Maria Velha, filha de Manoel Teodoro da Silva e Maria Raimunda do Nascimento, nasceu em 1928 no Distrito de Fernando Pedroza, onde se criou e constituiu toda a sua família, desde dos tempos de povoado viu se concretizar um sonho, o de alcançar o antigo povoado de São Romão, em uma verdadeira cidade emancipada.
A sua vida inteira morou em
Fernando Pedroza, de início na atual rua Severino Sérvulo, onde trabalhou como
doméstica para algumas famílias do povoado,
em seguida passou a ser funcionária da prefeitura de Angicos, prestando serviço
em Fernando Pedroza. Cuidava com muito carinho e dedicação da limpeza no centro
do Distrito. Depois, a convite do seu compadre o saudoso ex-prefeito Expedito
Alves, foi transferida para a cidade de Angicos, atuando como zeladora, mas continuou
residindo em Fernando Pedroza.
Anos depois, ela retomou as suas
atividades no então distrito, dessa vez atuando como zeladora e merendeira no antigo Supletivo e Mobral, numa antiga escola que funcionava onde hoje é a sede
municipal, trabalhou com Marta de Joel (diretora), Francisquinha de Dedé Salviano (vice-diretora) as professoras e professores eram: Lenize, João da Mata, João de Bé e Socorro de Zé Rodrigues. Anos depois minha mãe Maria, trabalhou na atual Escola Fabrício Pedroza, na companhia de mais duas auxiliares de serviços gerais que foram Tereza Filgueira e Cristina de Francisco de Brôco.
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Dona Maria Velha e sua Filha Fátima Foto cedida por Fátima |
Mãe (Maria Velha) passou a morar
na rua Calmon Costa, e lá , se aposentou por tempo de serviço, mas não parou de trabalhar. A partir de uma forte doença que "eu a sua única filha" a minha mãe Maria, adquiriu a
habilidade de fazer lambedores para verme, cansaço, sinusite e
garrafadas para inflamações. Ela abaixo de Deus, curou muita gente!. Vendia
lambedor e garrafada para Natal, Angicos, ou seja, onde encomendava, ela ia
vender. Muito religiosa, nas festas do padroeiro (nas escolhas
das rainhas) ela sempre se mobilizou e foi de dentro das festas da Igreja, se
movimentava com o livro de ouro para adquirir dinheiro, fazia bazar para a Igreja, gostava de ajudar as pessoas necessitadas, saía nos comércios em busca
de alimentação para fazer doações.
Foi comerciante adquirindo um
quartinho no mercado público, próximo ao antigo comerciante por nome de José Delfino. Minha
mãe (Maria), nas madrugadas dos domingos, fazia almoço para vender aos feirantes
de Angicos. Confeccionava umas cestinhas
em formato de barquinho recheadas de castanhas e baganas para vender na noite de Natal no mercado público. Chegou a vender pão na Fazenda São
Miguel.
Agora quem se lembra dessa frase? “Tá quente e tem coco!”
Pois é, essa frase ecoou nas ruas
do Distrito de Fernando Pedroza, com minha mãe (Maria Velha) gritando e
vendendo mugunzá. Uma simples mulher batalhadora pela vida, mas sempre presente
nas reuniões, conselhos e gostava muito
de política.
Quando chegava das reuniões em nossa casa, sempre dizia pra mim (Filha Fátima): "que o sonho dela seria antes de morrer, era ver Fernando Pedroza
desligado de Angicos, para que aqui tivesse um banco, uma TELERN, um correio, um cartório, um
hospital, uma maternidade, um colégio de 2º Grau para os jovens, água encanada,
essas coisas que uma cidade tem, e aqui não". Muito sonhadora, ela ainda tinha
outros sonhos, por exemplo, o da volta do trem, e queria ver uma praça feita
ali na frente da Dona Maria Nunes, perto do mercado e da Igreja católica, ressaltava
sempre: “Num dia que tiver uma reunião
de qualquer coisa...na câmara ainda vou dar minha palavra e pedir pra
fazer uma praça nesse terreno”.
Sempre foi uma defensora dos cidadãos de Fernando Pedroza, ficava revoltada quando não priorizava
os cidadãos da cidade para trabalhar, ou seja, defendia que às oportunidades de
trabalho na cidade, deveria ser para os pedrozenses e não para quem vinha de
fora.
Em 2004, nossa inesquecível Maria Velha faleceu, mas deixou para nós um legado de
dignidade e vontade de que a nossa cidade vislumbrasse de crescimento e
desenvolvimento. Um desses anseios foi o
de Emancipação política de Fernando Pedroza, tanto é que ela participou do Dia
do “FICO”, ao qual ressaltamos como temática dessa matéria, e mais escolhemos
para homenagear nesse simples blog em data que a cidade completa 26 anos de
Emancipação.
Milce Carvalho Trindade "In memóriam"
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Milce Trindade Foto cedida pela família |
Milce Carvalho Trindade, nasceu em 1918 no Sítio Serra do Gado Município de Santana do Matos, filha de João Junqueira de Carvalho Pita
e Maria Sabina de Carvalho, pelo lado paterno era neta do Sr. Manoel de Aneto
de Carvalho Pita, conhecido nas cercanias como Coronel “Nené” da Serra do Gado. Pelo lado materno
descendia da família Braga, muito tradicional nas redondezas.
Aprendeu as
primeiras letras por meio de aulas particulares, pois não havia escolas na
localidade onde a mesma morava. Exerceu o papel de professora, nas fazendas por onde morou, ensinando aos filhos
dos proprietários e demais vizinhanças. Era autoditada e amante da leitura,
tudo que chegasse as suas mãos ela lia, e desta forma, adquiriu vários
conhecimentos, assim como Português, História, Geografia, era amante dos
conhecimentos gerais, dentre outros.
Já adulta, veio morar na
vila de São Romão, hoje Fernando Pedroza, onde conheceu o Sr. Luiz de França
Trindade, com o qual se casou em Fevereiro de 1945, deste matrimônio geraram os
seguintes filhos: Maria do Socorro, José de Anchieta, Maria de Fátima, Ana
Maria, Roberto de Carvalho Trindade.
Uma mulher de visão
futurista e tinha em mente que a educação era a base de sustentação de um
futuro melhor para os seus filhos. Fez disto uma prioridade e não mediu
esforços para que todos progredissem nos estudos.
Milce, foi pioneira na
localidade à frente do seu tempo, era uma mulher moderna para aquele tempo,
conhecia, dividia entre as tarefas e as orientações aos filhos e a
administração do lar. Fazia corte e costura para ajudar no orçamento familiar,
e ainda se dedicava a buscar soluções para os problemas da comunidade, numa
época que ainda não se falava sobre responsabilidade social da mulher. Nos idos
de 1960 a 1970, pela Associação Nordestina de Crédito e Assistência Rural
(ANCAR), hoje a EMATER. Desenvolveu trabalhos, tanto no aqui na
localidade quanto e em outros municípios do RN,o programa foi denominado de SABER, SENTIR, SAÚDE E
SERVIR, no mini posto de saúde da então vila, instalado por volta de 1969, e
contava apenas com uma orientadora, em que sua função era atribuir e realizar
trabalho de prevenção a doenças, ensinar as noções básicas de higiene e saúde e
aplicação de vacina e curativo, e ainda acompanhava as gestantes e etc.
Porém, quase sempre faltavam
recursos para a compra de medicamentos, materiais de primeiros socorros, bem
como outros necessários para desenvolvimento do trabalho. Então, Dona Milce
mobilizou um grupo de pessoas da localidade para criar uma Sociedade de Saúde denominada
de Miguel Trindade, em homenagem ao
seu sogro que na pequena comunidade era homeopata, sem nada cobrar, até mesmo
nos seus últimos dias de vida. Milce foi eleita por unanimidade para a
presidência da Sociedade de Saúde, e tornou-se uma grande batalhadora pela a
causa, angariou recursos junto aos
cidadãos, para a compra de medicamentos. Fundou o CLUBE DE MÃES, onde as
senhoras aprendiam trabalhos manuais como corte e costura e pintura. Ela foi
fundadora do primeiro grupo de jovem que apareceu em Fernando Pedroza, e esse
grupo de jovem tinha como nome “Com Amor
Venceremos” onde os jovens ajudava muito nas benfeitorias da nossa
comunidade, e por fim, a luta para Milce era incansável (..) muitas vezes, ensinava os cursos na sua própria casa.
Diversas vezes precisou
viajar até a capital do Estado para conseguir melhorias para a sua comunidade
juntamente com a Secretaria de Saúde de Angicos, e ia até ao gabinete do
governador.
Fonte: cedida pelo Professor Juares Costa em um programa de Rádio denominado MULHER PEDROZENSE: A SUA LUTA, A SUA GLÓRIA 2017, realizada pela Secretaria de Educação e Cultura de Fernando Pedroza, homenageando o dia Internacional da Mulher.Dona Milce, faleceu em Fortaleza no Estado do Ceará em 31 de Agosto de 2011. A história local sempre registra as suas ações de uma cidadã intelectual e sábia, que a nossa memória já mais a deixará no anonimato, pois por tudo que fez pelo nosso município, inclusive, a iniciativa de permanecer na reunião do "FICO" de 1986, foi uma forma de mostrar a sua bravura pela a terra de São Romão e São Joaquim, hoje Fernando Pedroza emancipada, graças a sua assiduidade para o êxito deste acontecimento.
João Paulino de Oliveira (Sargento Paulino) "In Memoriam"
João Paulino de Oliveira, filho de Paulino José de Oliveira e Maria Tertulina de Oliveira, nasceu no dia 23/06/1926 às 18:00h, em casa, na cidade de Santa Cruz do Inharé. Casou-se com a Senhora Maria de Lourdes de Oliveira com quem teve 07 filhos dos quais 04 já falecidos, 04 netos e 02 bisnetos.
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Sargento Paulino Foto cedida pela família |
Veio transferido para o distrito de Fernando Pedroza em 15/11/1964, na época, como ainda hoje, os delegados eram enviados para os municípios através de solicitações dos prefeitos e atendidos pelo governador.
Com Sargento Paulino, como era conhecido, não foi diferente. O então prefeito do município de Angicos, Expedito Alves efetuou a solicitação, e o então governador Aluizio Alves, prontamente atendeu à sua solicitação, sendo Sargento Paulino escolhido entre 100 policiais para ser delegado desse distrito, hoje município.
Além da função pública, Sargento Paulino gostava de esportes, especificamente o futebol, de modo que montou vários times e fazia de sua casa a sede destes, levando-os a participar de campeonatos ao redor do estado, sendo que sentia demasiada felicidade e se sentia realizado ao poder levar os jovens a participar desses eventos esportivos.
O seu maior sonho era ver Fernando Pedroza município. Deu início a uma batalha hercúlea e incansável junto com outros companheiros, enfrentando as diversas barreiras, inclusive contra os interesses políticos contrários à emancipação. Por vezes Sargento Paulino e seus concidadãos foram chamados de loucos por entrincheirarem a luta pela emancipação política de Fernando Pedroza.
Em meio a essa luta e entre diversos encontros e planos para viabilizar o sonho de Sargento Paulino e de muitos outros companheiros, encontraram apoio junto ao então prefeito de Angicos, Jaime Batista, se dispondo a facilitar o diálogo entre eles e a Assembleia Legislativa estadual. Com esperança renovada, reuniram todos os dados e documentação necessária e através do deputado estadual José Adécio, finalmente conseguiram ter sido promulgada a lei que tornou Fernando Pedroza município.
Foi, finalmente, no dia 26 de Junho de 1992, concretizado um dos maiores sonhos da vida de Sargento Paulino. Em suas próprias palavras, "dizia que no dia em que Fernando Pedroza se emancipasse, poderia morrer grato e feliz, pois sua missão havia se completado e teria finalmente vencido a árdua batalha pela verdadeira libertação política de Fernando Pedroza".
Passados apenas 1 ano e 8 meses da realização de seu grande sonho, mais precisamente no dia 10/02/1994, Sargento Paulino, prematuramente faleceu. No entanto, nos deixou seu legado de lealdade e honradez, e acima de tudo de amor por esta cidade.
Embasamento de texto cedido por Wilma Paulino (Filha do Sargento Paulino)
Sabemos o quão foi necessário a contribuição e de alguns poucos representantes que exerciam o cargo de Vereador, Prefeito, Deputado ou em área jurídica, enquanto o Distrito de Fernando Pedroza pertencia à Angicos aos quais citamos abaixo:
- Vereador João Salviano Sobrinho
- Vereador Severino Sérvulo
- Vereador Celso Tertuliano
- Vereador Seu José Cassemiro de Araújo
- Vereador Baruch Bezerra de Brito
- Vereador Jonas Paulo dos Anjos
- Vereador José Ferino Damascena
- Vereadora Maria das Graças Salviano
- Vereadora Josefa Silva da Cruz,
- Vereador José Renato da Silva
- Vereador José Batista Xavier
- Vereador Gondemário de Paula Miranda
- José Salviano - Vice Prefeito de Expedito Alves
- Jaime Batista dos Santos - Prefeito de Angicos/Fernando Pedroza
- O Sr Fernando Pedroza - Filho do Patrono da Cidade de Fernando Pedroza
- O Deputado José Adécio
- O Vereador e advogado Chico Maria - Prestou assessoria jurídica no processo emancipatório. (ver em outra matéria sobre este personagem)
Junte-se a estes, alguns comerciantes, professores, agricultores, ou seja, a classe popular, de modo geral, que após a reunião do "Fico" passaram a aderir a causa. No Distrito, já havia também, sentimentos e manifestos culturais que buscavam abjugar Fernando Pedroza em relação a Angicos com movimentos de grupos de jovens que encontraram nos blocos carnavalescos Kabaços e Mal do Século, uma forma de expressar suas concepções de liberdade.
Frisamos que o conteúdo dessa matéria, focamos apenas nas pessoas que ficaram na reunião de 1986, em outras oportunidades traremos e homenagearemos outros personagens que de fato mereceram ou merecem o seu reconhecimento como agente atuante na Emancipação Política de Fernando Pedroza, que ocorreu definitivamente pela Lei Estadual nº 6301 de 26 de Junho do ano de 1992.
*Nota: Ainda nessa matéria poderemos acrescentar outras informações e fotos ilustrativas, bem como, pesquisar sobre o dia exato da reunião.
E esse ano o desejo de dona Maria Velha se concretiza, a praça em frente a casa de Maria Nunes.
ResponderExcluirDaí vemos a importância de se ouvir os desejos e ideias da comunidade e se possível realiza-los. Conheço uma história sobre a tão falada (em época)passarela do rio, surgiu de uma ideia de uma criança em sala e aula, boas ideias o povo tem, precisamos de alguém que junte-se a nós e lute a favor delas